Síndrome do avanço da fase de sono: como afeta o descanso na terceira idade
Um em cada 300 adultos sofre deste problema. Falamos da síndrome do avanço da fase de sono, um transtorno que sucede sobretudo na terceira idade e que, segundo um estudo publicado na revista Sleep, cada ano afeta a um maior número de pessoas.
A que chamamos síndrome do avanço da fase de sono?
A síndrome do avanço da fase de sono é um transtorno do descanso que afeta os ritmos circadianos do paciente. É produzido quando os mencionados ritmos funcionam de maneira inversa ao conhecido como síndrome do atraso da fase de sono. Ou seja, quando o sono nos chega muito antes do horário habitual ao qual estamos acostumados.
Este transtorno do sono consiste num despertar matutino precoce e excessiva sonolência durante o dia, e é muito mais habitual em anciãos e pessoas da terceira idade.
Como se produz a síndrome do avanço da fase de sono?
Hoje em dia, a ciência ainda não foi capaz de determinar o mecanismo exato que ativa a síndrome do avanço da fase de sono. No entanto, já se conseguiu estipular uma série de fatores, que podem ser, quer de índole ambiental como, sobretudo, genéticos e biológicos.
Em primeiro lugar, encontramos os seguintes fatores externos:
– Alterações no nosso horário regular de sono, produzidas por turnos laborais esporádicos ou, para não ir mais longe, pelas atividades que alteram os nossos hábitos durante o fim de semana. Regra geral, às sextas e aos sábados temos uma maior atividade social, sobretudo pela noite. Isto leva-nos a alterar a nossa higiene de sono.
No que diz respeito aos fatores internos que podem causar a síndrome do avanço da fase de sono, encontramos os seguintes:
– Quando chegamos a determinada idade, tal como explicamos neste artigo do Blog, temos a tendência a sofrer de mais transtornos do sono. Para lá da velhice, podem existir certas mutações genéticas e heranças autossómicas que nos podem provocar uma tendência para padecer desta síndrome em concreto.
– Segundo certos estudos médicos, também “podem intervir mecanismos opostos”, que afetam os ritmos circadianos e produzem “alterações na interação entre fatores homeostáticos”. Ou seja, os encarregados de regular o nosso ciclo sono-vigília.
Por que é que a síndrome do avanço da fase de sono afeta mais as pessoas idosas?
À medida que envelhecemos, os nossos padrões de sono sofrem uma série de alterações. A passagem do tempo traz consigo algumas modificações biológicas. Um desgaste produzido pelo envelhecimento, e que afeta também a forma na qual nos relacionamos com o nosso próprio descanso.
As pessoas da terceira idade acumulam vários transtornos do sono. Quiçá, os mais habituais. Por um lado, sofrem mais despertares pela noite. Por outro, despertam-se muito antes do habitual. E, por último, padecem de maior sonolência diurna.
Outros fatores, como o feito de que exista maior risco de que se despertem para ir ao quarto de banho (o que conhecemos como noctúria), as próprias doenças relacionadas com a idade (enfermidades e dores musculares), ou as dores por doenças mais crónicas, facilitam o aparecimento de novos transtornos do sono. Entre eles, a síndrome do avanço da fase de sono.