Como a cafeína afeta o sono
Toda a vida temos escutado e lido sobre como a cafeína afeta o sono. Expressões como “esse café vai-te despertar”, são parte do nosso dia a dia, até ao ponto de estabelecermos uma série de limites ao consumo de cafeína. Assim, e regra geral, tentamos evitar a ingestão de bebidas energéticas pela noite, ou uma chávena de café depois de jantar. Mas, ¿porque é tão importante que mantenhamos estes hábitos saudáveis? ¿Até que ponto está relacionada a cafeína com os transtornos no sono?
Assim atua a cafeína no nosso sistema nervoso
Muitas pessoas adoram beber café. Nada melhor do que um bom café com leite bem quente pela manhã. E o café depois do almoço. Como já sabemos, falamos de uma bebida cuja substância natural, o café, contém cafeína. Um elemento que aumenta a nossa capacidade de atenção enquanto diminui a nossa vontade de dormir. Um dado cientificamente comprovado.
A cafeína é um tipo de substância cuja origem é natural. Um elemento que se pode extrair dos grãos de café e de outras plantas como o cacau, o chá ou as bagas de guaraná. E, além destas plantas naturais, também se pode sintetizar de forma artificial, para incluir em algumas bebidas refrescantes, como a coca-cola, ou ainda em medicamentos.
Cada vez que tomamos essa característica e tão apreciada chávena de café, no nosso corpo produzem-se uma série de alterações. Normalmente, entre os 10 ou 15 primeiros minutos até uma meia hora, a cafeína começa a atuar no nosso sistema nervoso central. ¿Como? Aumentando a nossa capacidade de esforço físico e mental, ativando o estado de alerta mais primitivo e contribuindo com uma claridade de pensamento de que não dispúnhamos antes dessa taça de café. Obviamente, isto produz igualmente uma redução do cansaço.
Estes efeitos anteriormente relatados podem variar a sua influência segundo a idade e o tipo de metabolismo das pessoas. Ainda que geralmente possam durar entre 3 a 9 horas, nas mulheres grávidas o metabolismo produzido pela cafeína costuma ser mais lento, prologando-se por um maior período de tempo.
Segundo algumas investigações a este respeito, existe um certo tipo de pessoas com maior predisposição e sensibilidade à cafeína. Este tipo de pessoas dispõe de um gene cuja metabolização é mais lenta no que diz respeito à cafeína, produzindo assim esse aumento nos seus efeitos.
Como já sabemos, este maior impacto da cafeína também afeta as crianças. Daí que a ingestão excessiva de bebidas refrescantes e/o energéticas não seja recomendável.
Se tivéssemos que referir a explicação mais científica sobre o porquê de a cafeína afetar o sono, teríamos que falar da sua influência sobre a adenosina. Esta substância natural produz-se no nosso cérebro com o objetivo de regular a atividade cerebral, controlando o estado de vigília e de cansaço. Cada vez que tomamos uma taça de café, ou uma bebida energética que contém cafeína, esta bloqueia os recetores da mencionada adenosina. Desta maneira, o nosso organismo ativa-se, e torna-se mais alerta. Isto sucede porque a substância encarregada de regular o cansaço sofre uma espécie de bloqueio.
Tal como comentamos anteriormente, nem todas as pessoas sofrem de igual forma as consequências de tomar bebidas com cafeína. Se nos cingimos às mais sensíveis ao seu consumo, os seus efeitos poderiam prolongar-se durante várias horas. É por isso que recomendamos não ingerir café e outras bebidas energéticas depois das 5 da tarde. Tudo o que seja posterior a essa hora pode afetar, tanto a adormecer pela noite, como a própria qualidade do sono. E não apenas isso, mas ativar o nosso sistema nervoso de tal forma que possamos sofrer de agitação ou ansiedade.