O que é um futon?
Sabia que os japoneses não utilizam os equipamentos de descanso como os conhecemos no ocidente? Se já teve a oportunidade de viajar alguma vez a este país, saberá que os japoneses utilizam o seu equipamento de descanso particular: o futon. Mas, exatamente, o que é um futon?
O futon faz parte da cultura japonesa, tal como o faz o sushi ou o kimono. E, ao contrário destes últimos, que podemos encontrar na nossa cultura com maior frequência, dormir num futon é algo complicado fora da cultura japonesa.
O que é um futon?
Um futon é, essencialmente, um tipo de cama fabricada para o estilo japonês de dormir no chão.
Em si, o termo ‘futon’ descreve um sistema de roupa de cama em vez da cama em si, e consiste numa base (shikibuton), no colchão futon em si, que normalmente está preenchido com algodão, um edredão (kakebuton) ou uma manta (moku), e uma almofada (makura), que costuma estar recheada de feijões ou espuma.
Este sistema de roupa de cama é colocado sobre um chão de tatami, que retém o calor e que é bastante cómodo para dormir. Aqueles que não dispõem de um solo tatami, usam tapetes de tatami.
No entanto, o termo ‘futon’ não se entende igual em todos os lados. Nos países ocidentais, a palavra futon costuma ser utilizada para fazer referência a um sofá cama removível, ou a uma “estrutura de futon” de base de cama de madeira que se encontra perto do chão. Frequentemente, há quem se surpreenda com o diferente que é o objeto na cultura japonesa.
Ainda assim, os futons ocidentais e japoneses têm algo em comum: a beleza de um quarto funcional e minimalista, no qual uma cama não ocupa um grande espaço. Esta opção é ideal para pequenos apartamentos e estúdios, ou simplesmente como um espaço livre onde possam dormir os convidados.
A história do futon
O futon tem uma longa história no Japão, sendo considerado um dos principais métodos para dormir, ao longo da sua história. Nos inícios da história japonesa, a roupa de cama era diferente de como a conhecemos atualmente: colocava-se um tapete de cânhamo (chamada mushiro) no solo, com um tapete mais suave por cima. Mais tarde, durante o período Nara do século VIII, começaram a usar tapetes de palha para tornar as coisas mais cómodas, e estes foram evoluindo até chegarmos ao tatami que conhecemos hoje em dia.
Os tatamis de maior qualidade também incluiriam almofadas suaves do tipo zabuton por cima dos tapetes de palha, para providenciar uma maior comodidade. Gradualmente, o colchão foi-se tornando de uso comum sobre pisos de tatami ou tapetes, e dobrava-se durante o dia, da mesma maneira que o futon que se usa hoje em dia.
O estilo ocidental do futon, que assegura que o dormente não toque no chão, foi desenhado por William Brouwer na década de 1970, para dar serviço a pequenos apartamentos onde viviam as pessoas.
Os colchões desenhados para as camas Brouwer eram mais grossos e suaves do que os japoneses, e eram colocados sobre as ripas de madeira do sofá-cama. Este estilo ainda prevalece no ocidente nos dias de hoje, ainda que com uma gama de designs mais alargada. A preferência por um colchão mais grosso influenciou incluso o mercado japonês, o que significa que existem mais opções de tamanhos de colchões do que antes.
Como se fazem os futons?
Os futons japoneses costumam ter de cinco a sete centímetros de espessura, estão recheados de algodão, e são suficientemente flexíveis para poderem ser enrolados durante o dia.
As partes do futon estão, geralmente, feitas de algodão, e o colchão recheado fecha-se com um fecho de correr, dentro de uma capa de algodão. O uso de materiais naturais faz com que o futon seja uma opção respeitosa para com o meio ambiente, em comparação com outras opções para dormir, especialmente se tivermos em consideração a durabilidade destes materiais.
Os toppers ou cobre-colchões: os futons do Ocidente
No ocidente, não dispomos de futons, mas temos algo muito similar, e que pode simular o seu uso. Falamos dos toppers ou cobre-colchões, uma camada que se utiliza normalmente para aumentar a adaptabilidade e a comodidade de um colchão, mas que também se pode utilizar como futon, quer para serem utilizados em tatamis, como para serem colocados diretamente no chão, caso disponhamos de um chão aquecido.
Adquirir um cobre-colchão pode ser uma excelente ideia, quer se procuramos uma camada de acolchoado extra para a nossa cama, como se queremos simular uma cama tradicional japonesa. É que os toppers costumam ter medidas muito similares aos futons, no que à sua espessura diz respeito.
E você? Já dormiu alguma vez num futon? Se já o fez, gostaríamos muito de conhecer a sua experiência. E, caso esteja à procura de o fazer, já sabe que poderá fazê-lo com um topper ou cobre-colchão, no material que preferir!