O que é o sol da meia-noite?
À medida que o nosso planeta leva a cabo a volta anual ao sol, partes do mundo experimentam mudanças de estação muito curiosas, graças à inclinação do eixo da Terra. Entre abril e setembro, o hemisfério norte inclina-se em direção ao sol, o que resulta em dias mais longos e num clima mais quente. Assim, os lugares mais perto do norte do círculo polar ártico experimentam um fenómeno astronómico: o sol da meia-noite.
Este fenómeno pode ser observado durante 76 dias, entre maio e junho, e pode-se observar mais, quanto mais para norte se for.
O sol da meia-noite: o que é?
Em termos simples, o sol da meia-noite é, tal como o seu nome indica, o sol que se pode ver à meia-noite. Este fenómeno acontece quando, durante a noite, quando o céu é normalmente um manto de escuridão, o sol ainda se pode observar claramente.
No polo ártico, o sol da meia-noite pode ver-se durante seis meses seguidos, sem interrupções, de forma contínua. Quanto mais nos deslocarmos para o sul, menos tempo será visível o sol da meia-noite. Assim, no norte da Noruega, podemos desfrutar deste fenómeno desde finais de abril até agosto.
Durante os meses de verão, no círculo polar ártico podemos desfrutar de até 24 horas de luz solar. Porém, à medida que nos afastamos do Ártico, a força do sol da meia-noite também começa a decair. No polo, o sol da meia-noite brilha com tanta intensidade como se fosse meio-dia.
Na Noruega, a luz do sol vê-se como manchada mais nas primeiras horas da noite, antes de se voltar a iluminar gradualmente para o dia seguinte. Assim, ainda que durante o sol da meia-noite não se possa ver claramente quando se muda de dia, a verdade é que existe uma mudança visível no brilho da luz.
Por que é que acontece este fenómeno?
Este fenómeno, que ocorre todos os anos, não se deve a nenhuma estranha aberração, mas apenas à física da Terra e do Sol.
A Terra gira completamente cada 24 horas, e é este movimento que cria a noite e o dia. No entanto, a duração das horas diurnas e noturnas não é igual, e isto deve-se a que a Terra está inclinada sobre o seu eixo 23,4 graus. Se fosse completamente perpendicular, existiria uma noite e um dia fixos de 12 horas cada um. Além da Terra girar sobre o seu próprio eixo, esta também dá voltas em redor do sol. Esta órbita tarda um ano para ser completada.
À medida que se move à volta do sol, o eixo inclinado significa que, por vezes, partes da Terra estarão mais perto do sol do que outras. Também é a razão pela qual o verão ocorre em diferentes épocas do ano nos hemisférios norte e sul.
Durante os meses de verão, quando o hemisfério está inclinado na direção do sol, os polos experimentam a luz solar durante as 24 horas completas. Quanto mais nos afastamos do polo, mais diluído se torna o efeito do sol.
Esta é a razão pela qual os países europeus que não estão tão a norte como a Noruega nunca chegam a experimentar as noites douradas do sol da meia-noite.
À medida que a Terra continua na sua órbita, e a inclinação do hemisfério se afasta gradualmente do sol, a escuridão da noite regressa lentamente. Durante a temporada de inverno, sucede exatamente o contrário do sol da meia-noite, com noites polares. Durante estas noites, o sol nunca chega a sair de todo, banhando a paisagem com uma luz azulada, similar ao crepúsculo, durante o dia.
Como é que este sol de meia-noite afeta os humanos?
As horas de luz diurnas prolongadas podem afetar o nosso estado de ânimo, os níveis de energia e os ciclos de sono, dado que o cérebro pode confundir-se.
Quando está escuro, o cérebro espera dormir e, quando há luz, o cérebro espera estar desperto, pelo que se confunde, e não pode decidir se permanecemos dormidos, ou se nos despertamos.
Assim, o resto do corpo também se pode ver afetado pela confusão do cérebro. Os ritmos circadianos são o processo interno do corpo que se corresponde com o ciclo de 24 horas de luz e escuridão.
Se de repente há demasiada luz, os resultados podem ser similares ao jet lag, e incluir dores de cabeça e problemas digestivos.
As mudanças de estação drásticas em algumas partes do mundo podem fazer com que os habitantes vivam num estado perpétuo de desfase horário, e que possam aparecer possíveis alterações hormonais.
Assim, é comum que as pessoas que experimentam este fenómeno sofram de problemas para dormir ou alterações do sono, assim como fadiga, hiperatividade ou mau humor.
A maioria das pessoas costumam, normalmente, adaptar-se a dias mais longos ou noites mais curtas, e podem melhorar a situação mantendo um horário fixo, usando técnicas de relaxamento, fazendo exercício, e comendo bem. Além disso, uma máscara para dormir e umas cortinas escuras também poderiam ser uma grande ajuda nestes casos.
E você? Já teve a oportunidade de ver alguma vez este fenómeno? Se tiver a possibilidade de o ver, lembre-se de seguir as recomendações partilhadas, de modo a desfrutar de um bom descanso!