Distúrbios do sono no inverno
As mudanças de estação podem afetar o nosso humor e nosso organismo tanto positiva quanto negativamente. Especificamente, para muitas pessoas é difícil lidar com as estações mais frias do ano e podem até sofrer de distúrbios do sono no inverno. Aqui estão alguns dos mais comuns. Algum deles lhe parece familiar?
Distúrbios do sono que podem aparecer no inverno
1. Transtorno Afetivo Sazonal (TAS)
Os transtornos afetivos sazonais referem-se a mudanças de humor relacionadas a uma determinada época do ano. Especificamente, durante os meses de inverno, os distúrbios de humor ocorrem com mais frequência. É que no inverno os dias ficam mais curtos, escurece mais cedo e o clima fica mais frio e com mais chuva.
O frio, aliado à falta de luz, pode influenciar negativamente a qualidade do descanso e também o humor de muitas pessoas. Embora as causas exatas do TAS ainda não sejam conhecidas, os especialistas associam-nas a um desequilíbrio nos níveis de serotonina e melatonina.
2. Insónia
É o distúrbio do sono mais frequente na população em geral, destacando-se a sua presença principalmente em mulheres, idosos e pessoas com problemas psicológicos como ansiedade e depressão. Consiste na redução da capacidade de dormir e pode manifestar-se de várias formas que levam a diferentes tipos de insónia. Aqui estão algumas das mais comuns:
- Insónia inicial ou precoce: Problemas para iniciar o sono em menos de 30 minutos.
- Insónia de manutenção: Problemas para permanecer a dormir, produzindo despertares noturnos com duração superior a 30 minutos, ou definitivamente acordar cedo, com falta de horas de sono.
- Insónia por uma higiene do sono inadequada: Está associada às atividades realizadas durante o dia, que são aquelas que impedem uma boa qualidade do sono durante a noite (consumo de chocolate ou cafeína, atividade física intensa ou uso de computador, consola ou telemóvel.
Embora o número de horas de sono necessárias varie de pessoa para pessoa, a média diária fica entre 7 e meia a 10 horas, sendo estes valores considerados normais e saudáveis.
3. Síndrome das Pernas Inquietas (SPI)
Este síndrome é caracterizado pela necessidade urgente de movimentar as pernas em situações de repouso, fato que em muitos casos está associado a uma sensação desagradável. É um distúrbio que pode causar fadiga no dia seguinte. As causas exatas da sua origem ainda não são conhecidas, embora pareça haver uma predisposição familiar.
4. Síndrome de atraso de fase
Este síndrome envolve uma alteração do ritmo de sono do relógio interno (ritmo circadiano) no qual o padrão de sono pode ser atrasado duas horas ou mais em comparação com um padrão convencional. É caracterizado pela insónia no momento de dormir e pela dificuldade em acordar pela manhã em determinados horários, o que acaba levando à sonolência durante o dia.
Pessoas que sofrem com este síndrome podem manifestar desde fadiga diurna, mau desempenho escolar ou profissional ou falta de concentração e alterações de humor.
A importância de descansar bem
O que acontece se não dormirmos suficientes horas? Para começar, podemos estar de mau humor, um tanto irritáveis e mais pessimistas. Uma noite má afeta o nosso humor porque o nosso cérebro está cansado e o corpo não teve tempo de se recuperar do dia anterior. Além disso, as células não se regeneram bem devido à falta de descanso e isso pode causar uma sensação de desconforto, semelhante a quando estamos a incubar uma constipação.
Todos podem ter uma má noite, mas quando já estamos a falar de uma acumulação de semanas de falta de sono, o mau humor torna-se um mal menor. É que as hormonas do stress (adrenalina e cortisol) aumentam no sangue, fato que pode elevar a pressão arterial. Os ritmos do coração ficam desequilibrados e o sistema imunológico começa a falhar. Isto pode levar a episódios de ansiedade e angústia. Na verdade, quando não dormimos muito, podemos até ter alucinações e não dominar os nossos pensamentos.
Por fim, é importante comentar que dormir as horas que precisamos não é apenas fundamental para evitar distúrbios do sono no inverno. É que o nosso colchão também desempenha um papel crucial. Embora à primeira vista pareça que comprar um colchão é um gasto elevado, temos que pensar que é um investimento a longo prazo, pois a vida útil de um colchão é em média de 8 a 10 anos. Lembre-se: investir no descanso significa investir na saúde.