Dormir muito é mau? Consequências de Dormir Demasiado
É bem-sabido que dormir pouco afeta a nossa saúde, mas sabia que dormir muito também é mau? Passar mais do que as horas recomendadas na cama pode gerar consequências negativas, quer físicas como cognitivas. Diversos estudos já demonstraram que dormir em excesso está relacionado com um maior risco de enfermidades cardiovasculares, problemas de memória, e incluso um aumento da mortalidade.
Neste artigo da Maxcolchon vamos conhecer as causas e as consequências de dormir demasiadas horas.
A que chamamos dormir demasiado?
Em incontáveis ocasiões já lhe pudemos explicar o que supõe para o seu organismo não dormir o suficiente. Mas dormir demasiado também tem consequências negativas para a nossa saúde. Incluso tantas como quando dormimos pouco.
Passarmos na cama mais do que as oito horas recomendadas pelos especialistas carrega uma série de efeitos variados e que nos podem afetar, quer ao nosso físico, como à nossa parte cognitiva. Mas, a que é que chamamos dormir demasiado?
Segundo os especialistas na matéria, a partir das nove horas de sono já é dormir demasiado. Para qualquer pessoa que se encontre em idade adulta e não sofra de nenhum tipo de transtorno ou enfermidade, com as 8 horas recomendadas é mais do que suficiente, tal como sucede com as 10 ou 11 em idade infantil. Conforme os humanos vamos crescendo e passamos à adolescência, esta necessidade diminui até que nos podemos conformar com as já mencionadas oito.
Em qualquer caso, é importante estabelecer alguns tipos de exceção. Por exemplo, existem pessoas que, devido a razões genéticas, durante toda a sua vida dormem mais horas do que as recomendadas. Estes tipos de dormentes são conhecidos pelo nome de “dormidores longos”, já que dormem mais de nove horas cada dia. No extremo oposto podemos encontrar os “dormidores curtos”. Quer dizer, aqueles que, pelas mesmas razões genéticas, rendem plenamente apesar de não superarem as seis horas de sono.
Caso se encontre em algum dos dois grupos de dormentes, o alerta haveria que existir quando se muda de padrão. Se é dos considerados “dormidores longos” e começa a dormir pouco, isso pode ser sinal de que existe algum tipo de problema.
Quantas horas de sono se necessitam
O sono é uma necessidade biológica fundamental, mas a quantidade de horas de que necessitamos varia ao longo da vida.
A nível genérico, e quando nos referimos a adultos, é recomendável dormir entre 7 e 9 horas cada noite. Por quê? Porque apenas assim se garante uma base sólida para que possa desfrutar de uma boa saúde física e mental. Esta quantidade de descanso permite ao corpo reparar tecidos, consolidar memórias e regular funções essenciais, como o metabolismo e o sistema imunológico.
Para as crianças e os adolescentes, as horas necessárias são maiores, já que o sono desempenha um papel fundamental no seu desenvolvimento. Os bebés recém-nascidos, por exemplo, podem necessitar de até 17 horas de sono ao dia, enquanto que os adolescentes requerem entre 8 e 10 horas para que possam manter o seu bem-estar e rendimento académico.
É importante destacar que dormir menos do que as horas recomendadas, ou incluso exceder essas horas, pode ter efeitos negativos na saúde. Tanto a falta de sono como o excesso estão associados com um maior risco de enfermidades, como problemas cardiovasculares, diabetes, e ainda transtornos do estado de ânimo.
(H2) Consequências de dormir demasiado
Ainda que o sono seja fundamental para a saúde e o bem-estar, exceder as horas recomendadas de descanso pode ter efeitos negativos. Um estudo apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia revelou que as pessoas que dormem mais de oito horas cada noite têm um maior risco de sofrer enfermidades cardiovasculares.
De fato, aqueles que ultrapassavam esta quantidade registaram até uns 33% mais de probabilidades de padecerem de problemas cardíacos, quando comparados com aquelas pessoas que dormem entre seis e oito horas. Além do mais, investigações da Universidad de Keele vinculam o feito de dormir dez horas ou mais com um aumento de 56% no risco de mortalidade por acidente cerebrovascular, e uns 49% no risco de mortalidade por enfermidades cardiovasculares.
Os efeitos negativos de dormir em excesso não se limitam à saúde cardiovascular. Outras consequências incluem:
Perda de memória e atenção: exceder as horas de sono recomendadas pode afetar a memória a curto prazo e a capacidade de concentração. Além disso, aumenta o risco de desenvolver enfermidades neurodegenerativas como o Alzheimer e a demência.
Maior risco de problemas cardiovasculares: dormir demasiado está associado com um aumento de probabilidades de sofrer problemas cardíacos, acidentes cerebrovasculares, diabetes e, em alguns casos, morte súbita.
Incremento da sensação de dor: passar mais tempo deitado pode gerar mal-estar físico, já que os músculos e articulações se podem ressentir, o que incrementa a sensação de dor.
Problemas de fertilidade: o excesso de sono também tem sido relacionado com uma diminuição na fertilidade, ainda que sejam necessários mais estudos para confirmar este vínculo.
Fadiga e maior risco de acidentes: ainda que pareça contraditório, dormir em excesso pode provocar uma sensação de cansaço e de fadiga ao longo do dia, o que incrementa o risco de sofrer acidentes domésticos, laborais ou de tráfego.
Alteração dos ciclos de sono e vigília: dormir demasiado reduz a exposição à luz natural, o que afeta os ritmos circadianos e pode provocar transtornos do sono, como a fragmentação do sono noturno.
Estas consequências sublinham a importância de manter uma rotina de sono equilibrada, que não exceda nem fique por baixo das horas recomendadas para conseguir alcançar um descanso saudável.
Possíveis causas para que durma demasiado
Dormir em excesso nem sempre é o problema principal, já que também pode ser um sintoma de que algo mais profundo está a afetar a sua saúde. Em muitos casos, o sono prolongado está vinculado a transtornos físicos ou psicológicos que necessitam ser atendidos. Um dos principais fatores é a depressão, que pode fazer com que as pessoas durmam mais horas do que o habitual como uma forma de escapar ou porque o corpo se sente esgotado, quer mental, como fisicamente. Este padrão é especialmente comum em adolescentes e adultos, e tende a afetar mais aos homens.
Outro fator importante é o hipotiroidismo, uma doença na qual a glândula da tiroide não produz suficientes hormonas, o que causa fadiga constante e um aumento das horas de sono. As pessoas que sofrem de diabetes também podem experimentar sonolência excessiva, já que os desequilíbrios de açúcar no sangue afetam diretamente os níveis de energia.
Da mesma maneira, enfermidades crónicas ou infeções que debilitam o sistema imunológico podem levar a um aumento na necessidade de sono, já que o corpo procura reparar-se e recuperar-se. Se nota que constantemente dorme mais do que o normal, é recomendável consultar-se com um profissional da saúde, de modo a poder descartar qualquer condição subjacente.